Quem procura a Disciplina Positiva deveria saber disso.
Entendo perfeitamente que no começo isso possa assustar um pouco e parecer bem desafiador porque há muito trabalho em nós para ser realizado, como por exemplo apagar antigos padrões a que fomos condicionados e desfazer crenças que estão tão enraizadas.
Temos que desaprender o antigo paradigma parental para abrir espaço para o novo.
A maioria das pessoas ainda seguem um modelo autoritário onde acredita-se que para a criança aprender uma lição ela precisa sentir na pele e o pai precisa ser "firme", o que leva a comportamentos agressivos, violentos e abusivos.
Infelizmente, porque esse foi o modelo que muitos de nós fomos criados, não é sempre muito fácil mudarmos a chavinha, desse modelo que surge quase que automaticamente para uma abordagem mais baseada na gentileza, no respeito, na compreensão, que seja mais amorosa e tenha estratégias pacíficas.
Se você buscou esse conhecimento é porque de alguma forma você tem alguma ligação com a criação e desenvolvimento de crianças e é muito importante que saiba disso:
1) Haverá momentos em que nada parece estar dando certo.
Com certeza, você, assim como eu, passará por momentos em que você irá duvidar da parentalidade positiva, consciente. Especialmente se você estiver caindo de paraquedas e estiver rodeados de "haters", críticos e céticos.
Está tudo bem ter dúvidas, minha sugestão: aguente firme e confie no processo!
Recomendo buscar algum grupo de apoio como o Núcleo de Estudo sobre Disciplina Positiva e Desenvolvimento Infantil no Facebook que ajudo a administrar para que sinta-se pertencendo e tenha suas dúvidas respondidas.
2) Parentalidade Positiva é melhor para o seu filho do que a abordagem convencional.
As pesquisas estão aí para comprovar! Crianças educadas sem o estresse de um pai/mãe bravo, hostil e que pune fisicamente crescem mais feliz, mais autoconfiantes e com uma melhor inteligência emocional dentre outros aspectos. Porém, crianças que são espancadas, agredidas e educadas nas base dos gritos têm uma tendência maior a serem depressivas, menos autoconfiantes e uma grande chance de desenvolverem várias doenças físicas durante suas vidas.Esses são os motivos que você deveria se manter firme e forte na parentalidade positiva.
3) Parentalidade positiva é realmente pacífica.
Não há palmadinha, tapinha, xingamentos, ameaças, rótulos, julgamentos, castigo, isolamento, comentários e críticas maldosos. Realmente é SEM VIOLÊNCIA.
4) Parentalidade Positiva não é parentalidade permissiva.
Só porque não tem bater, espancar, gritar, punir, ou qualquer outro tipo de abuso físico, não quer dizer
que limites não sejam estabelecidos e lições não possam ser ensinadas. Só quer dizer que há outras maneiras de ensinar lições e demonstrar quais são os comportamentos considerados apropriados ou inapropriados.
Parentalidade Positiva não significa que nós simplesmente permanecemos calmos e gentis o tempo todo e deixamos as crianças terem e fazerem o que quiserem.
Pais conscientes estão envolvidos em estabelecerem os limites, até onde a criança pode ir e quais comportamentos são aceitáveis ou não. Isso simplesmente é feito sem o uso de violência ou atitudes agressivas.
5) É possível ensinar as crianças sem ser duros com eles.
Pegar pesado ou ser duro com seus filhos pode ensiná-los a terem medo de você, claro que agindo dessa forma você possa até ganhar a obediência do seu filho mas no longo prazo ser maldoso ou pegar pesado pode causar mais dano do que benefício.
6) Parentalidade Positiva é muito mais sobre o pai/mãe do que sobre a criança.
Exercer a parentalidade é muito mais sobre você e as coisas que precisam ser trabalhadas aí dentro para que você se tornar o tipo de pessoa que pode ser mais compreensiva, pacífica e menos reativa e explosiva com sua criança.
As vezes, ao invés de tentar concertar nossa criança, nós precisamos olhar para dentro e ver o que precisa ser concertado em nós.
Quando conseguimos arrumar a bagunça interna e curar feridas dentro de nós, pais, ficamos mais habilitados para lidar com os desafios e feridas dos nosso filhos.
7) Conexão com a criança é a coisa mais importante.
As crianças precisam se sentir conectadas à nós. Quando eles não se sentem conectados começam a agir de maneiras inapropriadas e começam a nos desafiar.
Comportamentos inaceitáveis e inapropriados são realmente comportamentos que demonstram essa "desconexão" entre nós o que faz a criança se sentir desencorajada. É incrível ver o quão surpreendente é no começo quando a criança faz exatamente o que você pediu, simplesmente porque eles estão se sentido conectados e encorajados (mesmo pegar os brinquedos depois de brincar com você por um tempo).
8) Empatia é a ferramenta #1 quando as coisas não estão indo muito bem.
Em todas as situações, seja quando está tentando fazer seu filho escovar os dentes, entrar no banho, sair de casas no horário ou qualquer outra coisa que ele não queiram fazer, ofereça empatia com relação aos sentimentos dele, ao invés de argumentar ou começar a brigar.
Há muitos momentos que você acha que oferecer empatia não funciona ou que não vai ajudar em nada, esses são exatamente os momentos que empatia profunda e genuína são necessárias.
Quando seu filho está tão chateado ou frustrado com alguma coisa, é muito importante que você não fique também e mantenha centrado. Traga seu filho para o seu mundo de calma e compreensão, não vá você para o mundo de turbulência emocional.
9) Seja gentil consigo mesmo.
A sua presença calma, amável, compreensiva e compassiva não é boa só para sua criança, é boa para você também.
Perdoe-se dos erros que cometeu, desculpe-se com seu filho quando necessário, aprenda a deixar as coisas fluírem e siga em frente.É importante não afundar em qualquer negatividade, principalmente quando é alguma atitude contra você, não leve para o pessoal.
Mantenha em mente que a maioria de nós não fomos criados com o modelo da parentalidade positiva, o que significa que nós não sabemos como fazer isso. Nós normalmente não temos o exemplo para buscar nas nossas memórias de como uma criação gentil e pacífica se parece. É importante não se "chicotear" por cometer erros e por não saber o que fazer em todas as situações.
10) Perfeição NÃO é o objetivo.
Se seu objetivo for ser um pai/mãe perfeito, sinto muito, mas isso não vai acontecer. Ninguém é perfeito e todos vamos cometer erros.
Então se não há perfeição qual o objetivo? Aqui estão alguns para se considerar:
1. Progresso: Progresso no lugar da perfeição, a beleza está na jornada, no caminho, ser mais amável e pacífico levará seu filho a uma chance maior de felicidade e realização em suas vidas.
2. Aprendizado: ter o objetivo de aprender uma coisa nova todos os dias, sobre você, sobre seu filho, de ter uma atitude de curiosidade e interesse ao invés de teimosia e desinteresse.
3. Auto Aceitação: quando aprendemos a aceitar nossas imperfeições e insuficiências como pais passamos a aceitar mais as imperfeições e insuficiências dos nossos filhos.
4. Esqueça totalmente de qualquer objetivo - e foque somente em fazer o melhor que você puder com seus filhos.
E aqui temos o que as pessoas que procuram a Disciplina Positiva deveria saber sobre educar as crianças.
Se tiver qualquer dúvida ou sugestão que aqueles que estão iniciando essa jornada deveria saber, por favor, deixe o comentário a baixo.
texto inspirado em 1 Awesome Dad
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